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Em apresentações corporativas, “storytelling” não é historinha

Joy Baena
@joycebaena

Ultimamente, tenho ouvido falar muito de storytelling e isso vem afetando muitas ideias por aí. Tanto buzz algumas vezes gera impressões erradas sobre o assunto e quando falamos da mídia “apresentações”, essas impressões acabam afetando ainda mais, porque é um universo perfeito para se contar histórias: você tem um narrador e a mídia, que faz o papel […]

Ultimamente, tenho ouvido falar muito de storytelling e isso vem afetando muitas ideias por aí. Tanto buzz algumas vezes gera impressões erradas sobre o assunto e quando falamos da mídia “apresentações”, essas impressões acabam afetando ainda mais, porque é um universo perfeito para se contar histórias: você tem um narrador e a mídia, que faz o papel de telão para os pensamentos.

Se você der uma garimpada por aí, vai perceber que os nossos ancestrais já faziam storytelling nas paredes das cavernas. A arte de contar histórias na verdade não é nada novo, só ganhou uma nomenclatura chique. Talvez essa necessidade urbana de ser o primeiro, de estar na moda, de estar antenado e ser moderno, traga essa ansiedade sobre esse tipo de novidade.

Não que eu ache ruim as pessoas se interessarem pelo assunto, muito pelo contrário. Com certeza, as apresentações ganham muito com isso, afinal, ficam menos chatas e mais interessantes. Mas antes de usar o storytelling para suas apresentações, algumas dicas são importantes e podem ajudá-lo a evitar constrangimento:

Em apresentações, o tempo não é algo que você ganha, mas sim, que conquista.

Você tem uma reunião decisiva, 5 minutos para vender uma ideia para o presidente da empresa e precisa de alguns slides para mostrar resultados. Cabe uma história?

Muita gente sabe que é possível contar uma história em 30 segundos, mas se você começar, dentro dessa situação, a contar sua historinha, meu amigo, é muito capaz de você nem chegar ao final dos seus 5 minutos.

Para esse presidente, saber qual o benefício que “ele” ou “a sua empresa” terá com a sua ideia é a coisa mais importante. Então, é mais interessante para você ir direto ao ponto. Se você conseguir convencê-lo que a sua ideia trará um benefício claro para ele, provavelmente você ganhará “mais tempo” para contar a sua história.

E isso serve para qualquer ouvinte. As pessoas na verdade só estão interessadas naquilo que trazem algum benefício a elas. Essa é uma das melhores formas de começar uma apresentação.

Faça uma análise detalhada do terreno a ser pisado. 

Imagine que você vai mostrar os números da companhia para um cliente e, para isso, conta uma história transformando os números em personagens que cresceram ao longo dos anos e chegaram onde estão hoje, após passar por muitas dificuldades. Além disso, você contrata uma empresa de apresentação para criar um visual “show”, que com certeza irá causar uma impressão incrível no cliente!

Será? Pode agradar? Sim… não… depende, você conhece bem o seu cliente? Viu se ele tem o perfil que você está esperando? Além disso, você tem que estar preparado para ouvir um: Você veio aqui para brincar ou para tratar de negócios? 

Saber onde está pisando é fundamental para não passar apuros durante a exposição. Na maioria das vezes, um visual simples, clean, com a exposição clara dos fatos resolve muito melhor, principalmente se o assunto é de ordem financeira.

Processos e sistemas só são legais para os técnicos.

Vamos supor que você precisa mostrar dados sobre o desempenho do seu departamento para seu diretor. Para isso, você cria uma história mostrando todo o processo porque passaram para chegar lá e, no fim, mostra os resultados.

Há um grande risco de você ter sua reunião cortada no meio por ligações importantes ou mesmo, por novas reuniões que não estavam previstas.

Processos e sistemas só são interessantes para os técnicos especializados no assunto. Para uma apresentação de desempenho, o próprio nome já diz: mostre os desempenhos. Você pode até preparar alguns slides ocultos sobre o processo, porque se você conseguir mostrar resultados interessantes, pode acontecer do seu diretor se interessar pelo processo durante a apresentação.

A história pode ser o meio, mas não o fim.

Melhorar a maneira de contar histórias com certeza nos ajuda a ordenar o conteúdo de um jeito mais interessante, viralizar o assunto e encantar o público. O problema é tornar isso mais importante do que o grande objetivo que você tem ao transmitir a informação.

  1. A história não é sua e sim do seu público. Em apresentações, uma boa história traz vantagens e benefícios para o público em primeiro lugar e isso tem que estar muito claro e organizado. As vantagens e benefícios funcionam bem no início e no final da história, primeiramente para conquistar a atenção e no final, para reforçar a ideia e gerar lembrança.
  2. A história deve ser fácil para o seu público entender, mas não deve ser fácil para você desenvolver. Quando mais tempo você gastar pensando na organização do seu conteúdo e nas ferramentas que usará para enriquecer a sua história, mais oportunidades você vai criar para que ela seja um sucesso.
  3. Tenha claro o objetivo principal e faça tudo girar em torno dele, com simplicidade. As melhores histórias que já ouvimos são aquelas que tem um objetivo principal, seja a menina chegar na casa da vovó doente para entregar os doces, seja mostrar os resultados da empresa para mostrar que você é competente e merece estar onde está. Na verdade, o objetivo principal está sempre escondido atrás do objetivo aparente. Ao encontrar o objetivo principal, fica mais fácil buscar argumentos e ferramentas para enriquecer o seu conteúdo e, enfim, conquistar o seu objetivo. 

Usar histórias realmente aumenta o interesse e ajuda a mostrar as informações, mas use-as quando você realmente tiver a certeza de que irão contribuir com o seu objetivo principal.

Uma história usada em lugar indevido pode:

  • Chamar mais a atenção do que o seu objetivo principal;
  • Passar a sensação “forçada” de que você só criou uma história para disfarçar um conteúdo fraco;
  • Tomar um tempo precioso que poderia ser melhor aproveitado a seu favor.

Concluindo, se usar storytelling seja short e leve as dicas abaixo na bagagem:

  • Vasculhe o terreno para adequar o conteúdo ao seu público;
  • Envolva o público com benefícios claros e focados nele;
  • Simplifique a sua ideia com foco no verdadeiro objetivo da sua apresentação;
  • Tenha em mente viralizar a informação e gerar lembrança por meio de ideias claras e bem organizadas;
  • Tenha claro: o seu objetivo não é entreter e sim, vender sua ideia e fechar o negócio.

Espero que essas ideias ajudem-no em sua próxima apresentação.

Obrigada à Camila Laguzzi e ao Luiz Beltrami, pelas contribuições e pitacos.

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