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Quando a emoção entra em campo

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  Apito final. Perplexos, os torcedores não conseguem acreditar no que aconteceu. Tampouco os jogadores. De ambos os lados. Quem viu, viu. Quem não viu, vai ver, e muito. A mídia não nos deixará esquecer! Nesta terça-feira, 08, nós brasileiros vimos mais uma vez o sonho do hexa ser adiado. Dessa vez, de forma traumática. […]

 

Apito final. Perplexos, os torcedores não conseguem acreditar no que aconteceu. Tampouco os jogadores. De ambos os lados. Quem viu, viu. Quem não viu, vai ver, e muito. A mídia não nos deixará esquecer!

Nesta terça-feira, 08, nós brasileiros vimos mais uma vez o sonho do hexa ser adiado. Dessa vez, de forma traumática. Uma sonora derrota para a Alemanha, 7 a 1, em casa. De quebra, no dia seguinte, acompanhamos os “hermanos” avançarem à final.

Raiva, frustração, tristeza… Todos sentimentos que tomaram a maior parte de nós, torcedores, e também muitos jornalistas. Durante toda a Copa, foi possível observar, mais uma vez, o poder da mídia na construção de personagens e narrativas que, ao mesmo tempo em que enriquecem a experiência de quem acompanha o esporte, influenciam a maneira como o vemos e vivenciamos.

Heróis foram criados, como o goleiro Julio César, execrado na ultima Copa, tido como um dos responsáveis pela desclassificação de então, dessa vez redimido num enredo típico, uma jornada do inferno aos céus culminando numa acirrada disputa de pênaltis quando salvou nosso selecionado. Ou mesmo Neymar, que tem carisma e talento na medida certa, exemplo máximo do futebol arte, moleque, que não se intimida ao desfilar seus dribles em campo e que acabou fora da Copa num lance de “pura maldade”, como classificado por narradores, comentaristas e afins, um lance envolvendo o monstro colombiano que do dia para à noite tornou-se alvo de mensagens de ódio e agressão (incluindo ameaças de morte), numa cruzada por justiça perpetuada por brasileiros que não conseguiam acreditar no que foi feito ao seu maior herói. Se são criados os heróis, é preciso também criar vilões, claro.

E foi assim que, na semifinal fatídica, pudemos ver aqueles sentimentos todos ganharem corpo e eco mais uma vez na voz daqueles que deveriam optar pela imparcialidade e relato dos fatos. Se o povo no estádio e em casa pouco fez para esconder o que sentia, o mesmo fizeram os responsáveis pela transmissão e cobertura dos jogos. Eu, por exemplo, acompanhei o jogo pela Band, e pude ver o ex-jogador e comentarista, Edmundo, primeiro extremamente abalado, chegando a chorar ao vivo, e depois, quando a humilhação já era sem volta, questionar a postura, as decisões e até mesmo a competência do técnico Felipão de maneira acintosa, com raiva verdadeira, como sendo ele o responsável por aquilo que sentia. O que dizer então do questionado Fred, vaiado a cada toque de bola, como se houvesse feito (ou deixado de fazer) algo que levou ao inexplicável resultado. Criticado há muito, tornou-se alvo de toda a raiva e frustração sentidas pelos torcedores – e potencializadas por jornalistas que teciam comentários até cruéis sobre suas atuações.

Durante e depois do jogo, a coisa foi só piorando. Manchetes irônicas, deboche, críticas contraditórias ao apoio cheio de orgulho de antes… A emoção entrou de vez em campo. E ela é poderosa! Na comunicação, de forma geral, pode fazer uma diferença enorme, como já o fez historicamente, para o bem é para o mal, de Luther King a Hitler. Quando ganha acesso aos microfones e páginas dos nossos maiores veículos de comunicação, seu poder de influência é inegavelmente ampliado (a Copa foi só um exemplo, lembrem-se que as eleições vêm aí!), ainda mais hoje, quando cada indivíduo é também um influenciador potencial através das redes sociais na internet.

Poderíamos ter visto mais manchetes e reportagens que indicassem aprendizados, caminhos, que mostrassem outros pontos de vista, narrativas que trouxessem algo mais inspirador, que não combustível para os ânimos já altamente inflamados. Afinal, trata-se de apenas um jogo e a derrota (por mais humilhante que seja) faz parte, como muitas crianças que ainda não viram o Brasil ser campeão do mundo estão aprendendo e talvez ensinem aos seus pais (quiçá, aos nossos colegas jornalistas também). Por ora, essa oportunidade foi perdida, na cara do gol. Talvez ainda vejamos essas mensagens mais positivas, mas quando a emoção já tiver ido pro chuveiro esfriar a cabeça, sem chance para mudança no placar. Como disse o David Luiz, “foi um dia de muito aprendizado”.

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