Painel no HR Mind Move 2020, com mediação e participação de Joy Baena, discute como a humanização é um caminho sem volta para, neste mar de tecnologia, conseguirmos resgatar o ser humano.
Uma dessas pessoas toca piano. Outra, costumava ensinar história. Uma pessoa resgatava cachorros na rua e ainda há outra que criava cabras. Você consegue dizer quem é quem?
Assim foi a introdução dos quatro participantes do painel “O resgate do ‘ser’ humano”, no HR Mind Move 2020, evento realizado pela Ebdi, em São Paulo, nos dias 19 e 20 de fevereiro.
O tema deste ano foi “Entre a emoção e a técnica: o futuro do treinamento na era da transformação”. Assim, quando a La Gracia foi novamente convidada para comandar um dos painéis do evento, logicamente que optamos por falar sobre humanização.
A ideia inicial era debater como podemos resgatar o ser humano neste mar de tecnologia que parece nos engolir mais a cada dia. Neste sentido, falamos do indivíduo em si, mas também da humanidade que parece um tanto esquecida em muitas relações, em especial nas profissionais.
Recursos humanos. E subjetivos e imperfeitos
“Não somos máquinas”, disse Joy Baena em sua fala introdutória. “Nossa família, a escola, os colegas, o trabalho… foram nos moldando de uma forma que hoje usamos máscaras para sermos aceitos. A máscara da inteligência, da beleza, da força, da perfeição. Só que o ser humano não é perfeito. Somos imperfeitos, não é mesmo?”, disse.
Junto com Joy, CEO da La Gracia, estavam Sebastião Faria Jr., Gerente de Educação Corporativa da MSD Saúde Animal, Ed Conde, facilitador da La Gracia e especialista em didática e compreensão, e Luiz Ricardo Araújo, Gerente da Academia de Vendas na Seguros Unimed. Em relação ao tema, ao falar sobre sua experiência na área de treinamento, Luiz destacou que “a tecnologia é importante, claro, mas como ferramenta. Antes de qualquer coisa o que vem é o ser humano”.
Como empoderar o RH?
Após uma fala inicial de cada painelista, as pessoas foram convidadas a, em grupos, pensarem em perguntas. Neste momento, em que o público ganhou protagonismo, percebeu-se que a maioria ali já tinha comprado a briga da humanização. O que eles queriam era saber… como. Como humanizar a minha empresa? De que maneira mostrar aos líderes algo que na minha cabeça já faz tanto sentido? É possível criar ambientes nos quais as pessoas se sintam à vontade para serem elas mesmas? Como criar uma cultura de feedback (inclusive de liderados para líderes)?
“A autenticidade e a individualidade devem ser respeitadas, se não o discurso da diversidade vira só discurso”, respondeu Sebastião Faria Jr. a um participante que se mostrou indignado com empresas que levantam a bandeira da diversidade apenas como estratégia de marketing. “O importante é lembrar que pelo menos é um começo. Há dez anos nem isso tínhamos. Agora é pensar em como aproveitar esse discurso para trazer mudanças reais”, complementou Joy.
O case da Gol
Um case da La Gracia gerou particularmente maior interesse: o case da Gol. Num processo de um ano, reformulamos junto ao cliente a demanda apresentada, fizemos um diagnóstico das necessidades dos colaboradores, levantamos problemas que precisavam de atenção, montamos uma série de oficinas, exclusivamente para a Gol e cada uma para uma área diferente, capacitamos facilitadores dentro da própria empresa e, até hoje, trabalhamos questões como empatia, escuta ativa, comunicação não violenta, criar sentido, vulnerabilidade e cocriação em encontros periódicos na empresa. “O argumento foi: como você pode exigir que seu funcionário atenda bem o cliente quando internamente ele está sendo mal atendido pela empresa e por seu líder?”, explicou Joy. O resultado deste trabalho, claro, impactou a cultura da empresa como um todo. “A humanização é um processo, não acontece do dia para a noite. Ela exige coragem, mas também parceria e paciência”, finalizou a CEO da La Gracia.
Para os profissionais de RH ali presentes, o que a gente espera é que tenha ficado claro uma coisa: estamos juntos. Neste mar de tecnologia – mas, mais ainda, neste mar de velhas práticas e líderes perdidos frente tantas mudanças – a humanização chega para nos resgatar, nos melhorar, nos transformar.
E quem é quem, afinal?
“Certeza que ela é a pianista”, disse um rapaz sentado no fundo da sala. Pois… não. Joy era a menina que deixava a mãe louca levando para casa cachorros que encontrava na rua. Luiz foi quem deu aulas de história e Sebastião, acredite ou não, criava cabras. O pianista? Nosso querido Ed Conde (e esse é só um de seus muitos talentos escondidos).
Como somos muito mais do que o que nosso currículo mostra, não é mesmo?
Confira algumas fotos do evento =)