Todo fim de ano é a mesma coisa:
“vamos enviar um e-mail de agradecimento aos clientes? Escreve pouco, só agradece”.
É isso que o marketing solicita, afinal, ninguém tem tempo pra ler nada.
Ok, é verdade. Mas isso também é muito triste. Porque só demonstra o quanto estamos fatigados de informação, o quanto estamos levando a vida no raso, no superficial. Eu fico pensando, se é pra ser assim, melhor não ser, melhor nem escrever nada.
É, eu sei, sou alguém que vai meio na contramão, rebelde, incompreendida. Mas é que eu tenho uma sede de mais profundidade tanto no conhecer das coisas, das pessoas, quanto nas relações. Eu preciso disso pra viver. Só surfar por cima da onda não me basta. Preciso ver os corais, sentir a emoção de chegar perto do tubarão, lá no fundo. É isso, emoção, sentimento, arrepio.
Esse ano fizemos poucos trabalhos. Talvez porque ainda estamos respirando os restos da pandemia, exaustos com as mudanças, revisitando o que importa de verdade para nós.
E nessa verdade encontramos algumas outras, vulneráveis, lindas, que iluminaram nosso dia.
Não vou me alongar, mas vou deixar aqui, alguns presentes que ganhamos de líderes que participaram de nossas oficinas de escuta, empatia, vulnerabilidade e coragem. Esses presentes demonstram que vale a pena lutar por uma conexão mais profunda em nossas comunicações e, deixo aqui como reflexão pra você:
“Percebi aqui que não existe certo e errado. As pessoas são diferentes e agem de forma diferente, ou seja, sua forma de ser não é errada, apenas única.”
“Aqui eu me autoconheci melhor e sabe, eu era um cara que nunca parou para pensar nisso. Eu vivi uma montanha russa de emoções nesses 2 dias. Ontem quando cheguei no hotel eu senti vergonha de mim, porque eu percebi algumas coisas que eu realmente preciso deixar pra trás. Mas transformação é isso, né?”
“A vida vai te cristalizando em camadas e esse momento foi importante para eu chegar à conclusão do porque às vezes sou tão arredio…porque talvez eu não me sentisse amado num nível mais profundo. Ter um momento desse para entender a gente como pessoa não é sempre que a gente tem. Eu acho que a gente, enquanto organização, está extremamente carente disso, inclusive no grande nível de liderança. Temos pouquíssimas conversas entre nós. E isso faz com que criemos feudos, porque a gente não conhece.”
“Até hoje eu demoro para entender que somos pessoas. Então você tem seu objetivo, tem sua margem para entregar, tem o projeto para entregar e então, nada mais existe. E o que se leva disso? Qual o te legado? E a sua relação? Perdi 10 anos da minha vida trabalhando como um condenado. É um tempo que foi embora e estar aqui e aprender, poder progredir e ter um tempo para isso? Antes tarde do que nunca.”
Que venha um 2023 mais profundo e transformador!